Michel Temer, velho conhecido dos bastidores de Brasília, está novamente se mexendo. Discretamente, ele articula a criação do chamado "Movimento Brasil", uma frente de centro-direita que pretende apresentar uma terceira via viável para as eleições de 2026, rompendo a velha polarização entre Lula e Bolsonaro que já dura quase uma década.
Segundo apurações, Temer busca reunir nomes de peso como Eduardo Leite (RS), Ratinho Junior (PR), Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO) e Tarcísio de Freitas (SP). A estratégia inicial é construir um programa de governo conjunto — e só depois definir quem será o candidato capaz de unificar esse grupo.
O movimento ganha força em meio ao desgaste da aprovação de Lula e à inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Para Temer, o vácuo deixado por essas duas forças abriria caminho para uma candidatura mais moderada e competitiva.
No entanto, é preciso manter os pés no chão: tentativas parecidas em 2018 e 2022 fracassaram fragorosamente, deixando o centro político fora do segundo turno. A dificuldade de unir lideranças com agendas tão distintas ainda é o principal desafio — e um erro de cálculo pode custar caro.
Será que agora vai?
O eleitor brasileiro demonstra sinais claros de cansaço com a polarização, mas desconfiança também existe quando velhos atores políticos tentam se vender como "novidade". Sem uma proposta realmente diferente e sem uma liderança carismática capaz de mobilizar o sentimento popular, o "Movimento Brasil" pode acabar sendo apenas mais uma boa intenção que morre na praia.
Fica a pergunta: o Brasil está realmente pronto para romper essa disputa entre extremos? Ou vamos assistir, mais uma vez, a uma eleição dominada pela mesma narrativa de sempre?